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por_Chris Fuscaldo do_Rio
Vanessa da Mata
foto_ divulgação

Vanessa da Mataironiza o mito de Eva

O álbum “Vem Doce” ganhou uma versão “Deluxe”, e, com ele, Vanessa da Mata traz novidades. “Se Eva Soubesse” é uma delas: a faixa chega às plataformas ao mesmo tempo em que a cantora e compositora sai em turnê com o repertório do disco. Autora e produtora da nova canção, Vanessa traz para a contemporaneidade o mito de viés sexista sobre a mulher. “Se Eva soubesse da manga, jamais teria sido a maçã”, canta ela.

"'Se Eva Soubesse’ é uma música que fala das possibilidades de uma cultura com influência religiosa fortíssima e brinca com essa possibilidade. Se ela soubesse de outras tentações, teria sido bem pior, né? Talvez toda essa poluição de dogmas claustrofóbicos não fosse tão forte. É uma música que brinca com outras possibilidades muito mais gostosas do que uma maçã e essa libertação”, explica Vanessa.

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O álbum na íntegra

Saulo lança álbumde forró com homenagem a Gil

O cantor, compositor, instrumentista e produtor Saulo lançou “Dançando com o Tempo”, álbum com 10 faixas – 7 delas inéditas – dedicado ao forró. E um dos maiores ídolos desse baiano nascido há 45 anos em Barreiras ganhou homenagem especial na canção “Junino Gil”. “Divino Gil, Gilberto menino canção/ No palco do Brasil/ No pé da roseira/ Tradição/ Estrela sertaneja/ Me espera na janela/ Só pra ver São João”, diz um trecho da música composta por Saulo e pelo sobrinho, Lau Fernandes, com quem ele também divide os vocais.

Outro destaque do álbum é “Timidez”, clássico da banda Cavalo de Pau. “É uma canção que está na gaveta bonita da memória, comecei a cantar nos shows, e as pessoas pediram para gravar. Tudo muito orgânico, como sempre”, afirma o artista.

“Toma Conta de Mim”, originalmente da Banda Limão com Mel, e “Minha Verdade”, do Mastruz com Leite, também aparecem em nova roupagem. “Agora em 2023, algumas dessas canções voltam tradicionais. A ideia é mostrar a potência desses compositores, as melodias e letras puras e lindas”, descreve.

Saulo
foto_ Jardel Souza
Applegate
foto_ divulgação

Applegate: novas cores

A cena rock paulistana estremece com mais um lançamento da Applegate. “Technicolor” aponta para uma nova sonoridade que a banda vem buscando em sua nova fase. Uma parceria entre o baixista Rafael Penna e o ex-baterista Pedro Lacerda, “Technicolor” inaugura a nova leva de singles que a banda prepara para 2023. Para a Applegate, é a música que marca a transição do que era feito antes da pandemia para algo totalmente novo. Pedro Lacerda emprestou a voz para os ex-companheiros, Gil Mosolino e Vinícius Gouveia (guitarras), Rafael Penna (baixo) e Luca Acquaviva (bateria e percussão).

“Mergulhada em uma ambiência noturna, ‘Technicolor’ traz uma visão onírica sobre a aventura do viver o aqui e o agora e do amar, transitando entre desejo e delírio no contexto conturbado da vida urbana. Reflete os novos ares que se somam à identidade desenvolvida pelo grupo em seu trabalho de estreia, ‘Movimentos Regulares’ (2019)”, diz a banda em seu comunicado à imprensa.

João Napoli,do ‘The Voice Kids’ ao disco autoral

João Napoli tem apenas 16 anos e, além de uma história na música já conhecida por alguns – o artista catarinense passou pelo “The Voice Kids” –, demonstra talento como compositor. Oito de suas canções já estão no álbum homônimo, recém-lançado. Seu pop leve conversa com a juventude sem parecer ingênuo. Algumas das faixas chegaram ao público como singles em 2022. A mais nova, e que completa o disco, é “Música Sem Nome”.

“É uma canção diferente do que eu estou acostumado a escrever, porque tem uma história única: eu a escrevi na sala de aula, no caderno, enquanto via uma amiga chorar e me bateu o desejo de escrever algo pra mostrar a ela que todo mundo tem seus momentos ruins”, afirma. “Lançar um álbum sempre foi um desejo pessoal meu, sempre foi uma vontade que eu tive como artista e compositor. E chegou esse momento.”

João Napoli
foto_ Guco Costa
Patrícia Ahmaral e Moska
foto_ Andrea Nestrea

Patrícia Ahmaral e Moskacantam Baleiro e Torquato Neto

Um dia, anos atrás, Zeca Baleiro descobriu o poema “Jardim da Noite (Esses dias)”, do tropicalista Torquato Neto – escritor, jornalista e mentor do movimento junto a Caetano Veloso, Gilberto Gil e os outros – e se encantou com ele. Decidiu musicá-lo, criando uma parceria póstuma com o poeta piauiense falecido em 1972 que permaneceu inédita até a cantora Patrícia Ahmaral conhecê-la. A faixa já chegou às plataformas digitais, antecipando mais um pouco do repertório do álbum “A Coisa Mais Linda Que Existe - Patrícia Ahmaral Canta Torquato Neto - vol.2”.

O convidado especial de Patrícia Ahmaral nesta música é Paulinho Moska. Já Zeca Baleiro contou que compôs “Jardim da Noite (Esses Dias)” após a leitura de “Torquatália - Do lado de dentro” (Editora Rocco, 2004), livro do escritor e jornalista Paulo Roberto Pires que reúne toda a produção escrita conhecida de Torquato Neto.

“Recebi esse presente absolutamente carinhoso e emocionante: a participação do querido Paulinho Moska, esse ídolo da gente, que há tempos transborda suas gigantes belezas e derrama sua incrível sensibilidade na música brasileira”, declarou Patrícia em seu Instagram.

O disco é uma continuação do trabalho iniciado pela intérprete com o disco “Um Poeta Desfolha a Bandeira - Patrícia Ahmaral canta Torquato Neto” (2022). O projeto duplo tem parcerias de Torquato Neto com outros nomes, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Jards Macalé e Chico César. A produção musical é do multi-instrumentista Rogério Delayon.

Maíra Baldaia:pop com ancestralidade afro

O terceiro álbum de Maíra Baldaia chega catapultando a mensagem da cantora e compositora. Em “Obí”, a mineira de Itabira mostra que sabe bem o que quer: cantar e colocar para fora os seus anseios, sua ancestralidade e suas críticas, tudo permeado por um bom afropop. Para cada música, um vídeo mais forte que o outro. O trabalho já vinha sendo antecipado por canções como “Vem Trenzim”, “Preta Amar” e “Ogum e as Ayabás”. Agora, “Obí” está completo nas plataformas contemplando duas faces da mineira: “Lado A - Amor e Pele” e “Lado B - Revolução e Destino”

“’Obí’ é um trabalho no qual eu me desnudo e me transformo em outras, em tantas, em várias. Todas as faixas trazem um resultado, uma experiência audiovisual que vem contar dessas mulheres diversas que eu canto e que eu sou em ‘Obí’. Foi um processo muito bonito, de muita dedicação de um time sensacional. ‘Obí’ traz muitas cores, muitas nuances”, ela diz.

Com apoio da Natura Musical, Maíra Baldaia conseguiu elaborar um trabalho com produção musical de Guilherme Kastrup (13 faixas) e Rapaz do Dread (1 faixa), direção musical dela própria e arranjos-base de Verônica Zanella e Débora Costa.

Maíra Baldaia
foto_ divulgação
Supercombo
foto_ Renato Peres

Saúde mental inspira álbum da Supercombo

A banda Supercombo chega a seu sexto disco de carreira refletindo sobre questões relacionadas à saúde mental. Em 12 faixas, Carol Navarro (baixo e voz), Leo Ramos (voz e guitarra), Paulo Vaz (teclados) e André Dea (bateria) desfiam papos sobre a vida moderna e o mundo individual de cada um sem tornar o som pesado. “Remédios” é um projeto solar, feito para convocar dias melhores e mais compreensão, que vem com clipe otimista da faixa-título.

“A Supercombo sempre foi uma banda roqueira, mas tivemos fases em que nos guiamos por melodias mais suaves, alteramos algumas intenções”, reflete o vocalista Leo Ramos: “Mas, quando você coloca uma banda completa em estúdio, nesse clima de jam session, naturalmente o som acaba saindo mais pesado. E olha, acho que tem a ver com o momento também, né? O fim da pandemia, a vinda de um disco novo depois de um bom tempo, a gente também com muitas revoltas… Então, acho que o trabalho acabou por acompanhar isso também, trouxemos essa energia toda para as novas composições.”

Paula Santoro:percussão e luz naturais

Sumaúma é o nome de uma enorme e majestosa árvore tropical cujos galhos parecem alcançar o sol e cuja sapopema (raiz) é usada por povos originários da Amazônia como instrumento percussivo. Inspirada pela luminosidade e pela musicalidade que a planta tem, Paula Santoro acaba de lançar um álbum intitulado “Sumaúma”. Com participação de compositores como Arthur Verocai (“Na Boca do Sol”, parceria com Vitor Martins), João Bosco (“Sassaô”) e João Donato (“Ê lala lay ê”, parceria com Lysias Ênio), o trabalho recria a sonoridade dos anos 70 trazendo elementos contemporâneos.

“Skindô” é um tema da própria Paula Santoro em parceria com Arthur Verocai. “Yê Melê” é de Chico Feitosa e Luís Carlos Vinhas. De Beto Guedes e Márcio Borges, Paula trouxe “Caso Você Queira Saber” para o repertório. “Sumaúma” é uma composição da dupla mineira contemporânea Alexandre Andrés e Bernardo Maranhão.

“Sumaúma é minha visão poético-imagético-musical sobre a nossa existência. Eu visto a natureza para me saber parte dela. Eu sou árvore. Eu sou Sumaúma”, afirma a cantora mineira, que, para a capa, vestiu-se literalmente de árvore.

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O álbum na íntegra

Paulo Santoro
foto_ Marcia Charnizon
Thalles Roberto
foto_ divulgação

Thalles Roberto e as crianças

Thalles Roberto já foi músico de apoio do grupo mineiro Jota Quest, trabalhou com Jamil e Uma Noites por anos, mas, em 2009, voltou sua música para a cena cristã contemporânea. Tornou-se um ícone. Seu novo projeto é musical e educativo: “Deixa Vir” reúne crianças em uma banda para acompanhá-lo e, também, disseminar o talento dos artistas mirins Rebeca Eloyse, Bella Suarez, Samuel Schmitz, Isaque Marins, Juju Andrade e Valen Serradura. Gravada ao vivo no circo do Patati Patatá, dupla de palhaços que faz uma participação na faixa “Festa Maravilhosa”, a primeira parte do show já está nas plataformas digitais em forma de disco. Oito faixas que misturam pop rock, soul e r&b dão uma cara nova a canções já conhecidas de Thalles, entre elas “Cheios do Espírito” e “A Resposta”.

Grillo e os Mosquitos:show teatral

A capital de Santa Catarina tem uma cena musical diversa e fervilhante. São de lá Grillo e os Mosquitos, um trio instrumental que anda experimentando formatos para sua música. Seu novo trabalho consiste em um show teatral com convidados especiais que, além de invadir as plataformas de streaming de música, também mostra a performance de seus músicos do começo ao fim nas plataformas de vídeo. “Ao Vivo no TAC” foi pensado como uma proposta de apresentar a narrativa de “Baga Elétrica”, álbum de estreia do trio, mas ganhou a adesão do ator e músico Adriano Medeiros e virou uma coisa nova, fortemente calcada nas artes cênicas.

“Esse lançamento representa pra gente tanto o final de um ciclo, que foi a produção do ‘Baga Elétrica’, como também o início da nossa consolidação como grupo no mercado e para o público em geral. Esse ao vivo é muito importante para sedimentar esse momento da banda, apresentando um show que tem genuinamente a cara da Grillo e os Mosquitos”, afirma o baterista Gustavo Grillo.

As quatros faixas do EP e os quatros clipes inéditos foram produzidos e captados em novembro de 2022, no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis. João Peters (baixista), Gustavo Grillo (baterista) e Pedro Germer (guitarrista) fizeram o show ao lado de dois músicos convidados: André FM, percussionista, e Vinícius Manhães, professor de música e maestro. Adriano Medeiros é conhecido localmente pelo seu espetáculo “Paraverso Insones”.

Grillo e os Mosquitos
foto_ Amanda Ramos
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