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Augusto

Prestes a comemorar 70 anos de vida e 50 de lançamento do seu primeiro álbum, cantor e compositor carioca acaba de se filiar à UBC

do_Rio

Prestes a comemorar 70 anos de vida e 50 de lançamento do seu primeiro álbum, cantor e compositor carioca acaba de se filiar à UBC

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2023 será um ano especial para José Augusto. Em agosto, ele celebra 70 anos de vida. Antes, recordará sua estreia na indústria fonográfica, com o LP “José Augusto”, há exatas cinco décadas. Turnê, álbum novo: tem fervilhado a cabeça deste cantor e compositor carioca de mais de 400 canções — criadas sozinho ou em muitas colaborações — e mais de 20 milhões de discos vendidos. Em meio a esse turbilhão, a composição de novas canções ocupa espaço nobre.

‘Evidências’ é um fenômeno como nunca aconteceu antes. Nunca encontramos uma explicação (para tamanho sucesso).

José Augusto

“Retomei as composições novas, tenho feito músicas com meu parceiro (o mais constante) Paulo Sérgio Valle. E tenho melodias prontas para trabalhar, também com ele. Não tenho composto com mais ninguém além do Paulo Sérgio”, revela à Revista UBC.

José acaba de se filiar à nossa associação, onde espera “conviver com amigos” e, sobretudo, ter uma boa gestão dos seus direitos autorais, além de um olhar atento à sua arrecadação no seu exterior: “Me preocupo muito com o mercado latino, tenho muitas canções gravadas e regravadas em espanhol. A gente tem que estar ligado em tudo.”

'Evidências', um sucesso atemporal

De fato, uma busca por José Augusto no Google devolve um sem-número de referências em castelhano, página completa da Wikipedia sobre ele no idioma e muitas menções em sites internacionais aos seus sucessos. Com destaque, claro, para o maior deles, sem paralelo com os demais: a canção “Evidências”, há anos a mais tocada nos karaokês do Brasil, segundo a KWC Brasil, e entre as mais executadas nas rádios de São Paulo. Tudo isso apesar de ter sido lançada já há 33 anos, com o superestouro nas vozes de Chitãozinho & Xororó.

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José Augusto canta “Evidências”

“Paulo e eu conversamos muitas vezes sobre ‘Evidências’. É um fenômeno como nunca aconteceu antes. Nunca encontramos uma explicação”, diz José Augusto.

O parceiro corrobora.

“Tenho uma teoria que é a seguinte: uma boa música, com boa letra, boa interpretação e um belo arranjo, é meio caminho andado. Mas não assegura o êxito. Sobre 'Evidências', é difícil dizer qualquer coisa. Quando fizemos, não imaginamos que seria o sucesso extraordinário que virou. Vi coisas incríveis: uma moça dizendo que brasileiro já nasce com DNA de 'Evidências'. Outras pessoas dizendo que é o verdadeiro hino nacional brasileiro. É muito gratificante ter dividido isso com o Zé. José Augusto tem muitos fãs, mas eu sou o maior deles”, derrete-se Paulo Sérgio.

Nesta disputa, a cantora Fafá de Belém é páreo duro:

“Adoro o Zé, é um grande compositor. Com o Paulo Sérgio Valle, é uma dupla imbatível de compositores populares, com sensibilidade popular. O Zé fala de amor, versiona o amor, fala com simplicidade e objetividade únicas... Ele não tem medo dos sentimentos. A primeira música que gravei dele foi 'Sozinha', de um disco meu de 1988. Ele disse 'só você tem coragem de gravar essa música' (risos). No disco 'Pássaro Sonhador', gravamos muita coisa juntos. Eu canto o Zé desde que ele surgiu, em casa, nos shows.”

Paulo Sérgio Valle, presidente da UBC e compositor de “quase cem composições escritas em conjunto” com José Augusto, nas palavras deste, não poupa elogios ao amigo: “É um dos maiores compositores populares do país. Nos conhecemos há coisa de 40 anos, através da música, e eu não quis mais deixar de trabalhar com ele. Um cara muito talentoso e com muita sensibilidade para o que é bom. Quando escrevemos uma música juntos, ele cantarola a melodia, canta a letra, com a voz bonita que ele tem. É um bom método, porque já nos permite imaginar se vai funcionar ou não.”

Ela está com uma música do amigo e parceiro na gaveta. “Me mostrou um pouco antes da pandemia, quero gravar. A gente se procura, se encontra. Ele é muito bem-humorado, a gente se diverte muito. Ano passado fizemos o Festival de Garanhuns (PE), mas não conseguimos nos encontrar por lá. Só que estivemos juntos: todo o trajeto de volta, de carro, entre Guaranhuns e Recife, foi falando com ele por mensagens!”, ela se diverte, descrevendo um dos temas favoritos dos dois: o atual panorama da música brasileira.

Zé garante estar sempre de olho nos novos movimentos, nas novas cenas. Mas não pelo streaming. “Sou fã de rádio, sempre tive o hábito de ouvir e ainda ouço muito”, afirma, deixando claro que música boa, para ele, não tem limitação geográfica, de gênero, de tempo. “Tudo o que ouço, e que tem relevância e harmoniza com a minha música e os meus gostos, me chama a atenção.”

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