PÉS NO PASSADO, CABEÇA NO FUTURO
Está aberta a temporada de celebrações pelos 80 anos da UBC em junho. Com os pés apoiados num rico passado escrito por alguns dos mais importantes compositores de todos os tempos, a maior sociedade brasileira de gestão coletiva de direitos autorais musicais tem a cabeça no futuro. As atividades que marcam o nosso aniversário deixam claro o compromisso da UBC por ajudar a fortalecer o mercado e a indústria, sem deixar de incluir cada vez mais criadores de todos os gêneros, identidades e expressões.
Neste ano especial, além do já tradicional Relatório Por Elas Que Fazem a Música— uma iniciativa da UBC que, desde 2018, mede a participação feminina no mercado, propondo soluções para ampliá-la —, lançamos um inédito documentário em parceria com a Amazon. Em "Cantautoras", reivindicamos o papel fundamental da mulher — de Chiquinha Gonzaga a Rita Lee, de Dona Ivone Lara a Joyce Moreno, de Dolores Duran a Anastácia, de Marília Brandão a Leci Brandão — para a construção da nossa riqueza musical. Cantoras e compositoras contemporâneas como Marisa Monte, Ana Carolina, Sandra de Sá, Fernanda Takai, Adriana Calcanhotto e Luedji Luna também participam, representando a renovação da criação feminina.
Outra mulher será a homenageada na segunda edição do Troféu Tradições UBC, que ano passado premiou a pernambucana Anastácia pelo conjunto da sua obra. Agora, a cantora, compositora, poetisa e professora paraense Dona Onete será a protagonista de um tributo em pleno Teatro da Paz de Belém, na noite de 22 de junho, data do aniversário da UBC, com transmissão ao vivo pelo canal da UBC no YouTube. A celebração à criadora de enorme expressividade e lirismo, recém-redescoberta e tornada cult pelos jovens, ajuda a consolidar a ideia de ponte entre passado e futuro que buscamos nestas comemorações.
A trajetória pioneira da UBC é feita de personagens monumentais, de seus fundadores e titulares.”
Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC"O passado é para reverenciar e aprender. A trajetória pioneira da UBC é feita de personagens monumentais, de seus fundadores e titulares que contribuíram decisivamente para a gestão coletiva no Brasil. Isso jamais será esquecido ou relativizado. Somos o resultado deste caminho. Estamos muito mais fortes, depois de tanta luta pelo reconhecimento do direito autoral. Mas ela se renova sempre, no dinamismo de novas tecnologias, plataformas e comportamentos", afirma Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC.
Ele destaca que não haverá uma grande festa como tal — "o momento ainda exige prudência" —, mas a construção de legado está presente em outras iniciativas que a UBC desenvolve no momento. Como, por exemplo, a segunda edição em produção da pesquisa realizada em parceria com o cRio/ESPM, e que fará um raio-x completo de um mercado musical duramente impactado pela pandemia, trazendo reflexões sobre seus rumos e as ações requeridas para ajudar a saneá-lo.
Um processo de recuperação, aliás, que já dá indícios de estar em curso. "Todas as evidências são disso, e nosso trabalho é estarmos muito atentos para eventuais inconstâncias, como o período eleitoral brasileiro e seus efeitos colaterais, além desta indesejada guerra (na Ucrânia) com consequências globais. Mas cabe destacar nosso otimismo por alcançar uma arrecadação e distribuição a níveis pré-pandemia e por seguir crescendo. O digital e a volta dos shows ao vivo e dos festivais são indícios animadores", analisa Castello Branco.
A própria estreia da Revista UBC, a partir deste número, em versão digital com recursos interativos e multimídia dá uma ideia do papel que buscamos: acompanhar a evolução das tecnologias e dos hábitos de consumo de notícias, contribuindo para informar, educar e preparar o titular para um mercado em constante transformação. "Somos uma sociedade cada dia mais comprometida com o futuro, com tecnologia, educação e formação", resume o diretor-executivo da UBC. "Uma comunidade com uma unidade plural de pensamento, conduta e diversidade. O futuro é sábio, já nasce com experiência."•
